domingo, 13 de setembro de 2009

Caminho sem volta

Uma semana ainda de licença médica. Não é nenhum cenário de horror. Estou aproveitando para, literalmente, mudar algumas coisas. Mudar de endereço, inclusive. Mudar de celular. Mudar o cabelo, o que, a essa altura, é mero capricho, ou ilusão. Mas a gente nunca percebe as mudanças. Ou só percebe muito tempo depois. O diagnóstico de um doença nociva, isto sim, pode nos dar o termômetro de algo mudando em nós de uma hora pra outra. Mas mesmo isto é um processo lento e gradual. O fato é que a certa altura, perdemos o controle sobre as transformações que a vida opera em nós. Só nos damos conta quando alguém comenta que estamos magros, ou que parecemos cansados, ou começa a nos chamar de "senhor" aonde quer que vamos. É preciso ter um jogo de cintura para perceber e aceitar essas coisas. Afinal, ninguém está fora do barco. E a maturidade está aí, para nos consolar de alguma forma. Ou mesmo tirar proveito da situação. Acredito que instintivamente esteja indo para a segunda opção. Consolo? Consolar-se do quê? A vida é um caminho sem volta.

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