segunda-feira, 3 de maio de 2010

Fazia tempo que, às vésperas da convocação para a Copa do Mundo, não se criava polêmica tão candente sobre quais jogadores ir à Copa e quais não ir. Vou citar de cabeça, mas em 1974 a questão era sobre a ida ou não de Pelé, mas nesse caso a decisão cabia a ele, e não ao técnico Zagalo. Como sabemos, Pelé optou por não ir. Se sua decisão foi a mais acertada, é uma questão de interpretação. A discussão mais acalorada foi sobre o corte do médio volante Clodoaldo, herói de 1970, por contusão, me parece. Houve quem defendesse sua ida, mesmo machucado. Ainda na mesma copa, houve quem contestasse a convocação de Paulo Cesar Lima, que ainda não se tornara Paulo Cesar Caju, o jogador polêmico da época, junto com Afonsinho, que depois ganharia uma música de Gilberto Gil. E se a crônica paulista ficou feliz com o chamado de Ademir da Guia, muito criticou o técnico Zagalo por só escalá-lo, se me lembro bem, no jogo contra a Polônia, quando o título já tinha ido pro vinagre.
Em 1978 o grande injustiçado foi Paulo Roberto Falcão, bi-campeão pelo Internacional em 1975-6, um dos grandes craques do futebol brasileiro. E não conforta saber que a Argentina também cometeria heresia semelhante ao não convocar o garoto Diego Maradona, então com 18 anos de idade, afinal nossos hermanos ao menos levaram o título - daquele jeito que todos vimos, mas isto é outra história.
Em 1982 havia grande clamor pela convocação de Jorge Mendonça, magnífico meio do Guarani, que estava em grande forma, e de Marinho, ponta direita do Bangu. Mendonça era desafeto de Telê e por isso não foi, restringindo-se a fazer comercial de televisão, junto com Emerson Leão, outro preterido. Marinho deu lugar a Paulo Isidoro, pois Telê não era adepto de pontas. Outro craque que ficou fora dessa copa foi o já veterano Mário Sérgio, um dos grandes estilistas da história de nosso futebol. E as contusões impediram que um dos melhores jogadores do mundo naqueles anos, o ponta-esquerda Zé Sérgio, do São Paulo (ponta, sim, mas fora de série), pudesse fazer história. Em seu lugar foi Éder, então do Atlético Mineiro, que fez história do mesmo jeito.
Amanhã comento as polêmicas nas convocações de 1986 até nossos dias.

domingo, 2 de maio de 2010

Vou seguir o conselho de algumas pessoas próximas, principalmente da Naide, e me voltar para a literatura juvenil. É o que tem dado certo para mim nos últimos anos, sem grandes traumas. Por "sem grandes traumas" quero dizer, sem polêmicas. Sem contar que não atrai a afetação e a inveja das pessoas próximas, o que sempre traz uma energia negativa. A literatura para jovens é mais leve, mais oxigenada. Pode-se fazer boa literatura cultivando-a. A ida ao cinema para assistir "Alice" e a leitura de "O estranho caso do cachorro morto" já são indícios dessa busca pelo juvenil. Que sempre foi, eu sei disso, o melhor de mim. "O menino é o pai do homem", alguém já disse.