segunda-feira, 2 de novembro de 2009

fotos no facebook

Feriado de segunda-feira, parece domingo, tão bonito está o dia. Estou aqui postando algumas fotos do lançamento no facebook. As fotos já estão no orkut e enviei o arquivo para os que estiveram presente. A divulgação acabou sendo boa, com muitos comentários no orkut e por e-mail. Agora é esperar o livro chegar às livrarias e ver o que acontece.

domingo, 1 de novembro de 2009

novo livro

Escrevi o primeiro capítulo de um novo romance. Estou burilando o texto. É meio que um tateio no escuro, mas que vai ganhando forma e volume que me agradam. Por enquanto, a narrativa evolui.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Lançamento

O lançamento de um livro é um grande prazer, um momento de celebração, de encontro, de ansiedade, mas também de superações e de uma ampla revisão do que se pensa do mundo e das pessoas. Em outras palavras, é um profícuo aprendizado sobre a natureza humana.
Voltarei a este assunto.

domingo, 27 de setembro de 2009

Ideologia da pose - crônica

O cantor Cazuza talvez não imaginasse o quanto sua canção “Ideologia” se tornaria um emblema avant la lettre de um fenômeno que se seguiria à derrocada do Muro de Berlim e ao esfacelamento da União Soviética: a ideologia da pose, segundo a qual, na teoria se diz uma coisa, mas na prática realiza-se outra, por vezes diametralmente oposta. Refiro-me aos simpatizantes das esquerdas, principalmente aos já passados dos 40 anos, idade que os situa no auge do período em que o comunismo foi da glória à lona. Do comunismo propriamente dito pouca coisa restou, além de uma Coreia do Norte renitente, de uma ilha de Cuba glamourizada pelo que não é e por uma China cada vez mais inserida na economia de mercado.
Nesse contexto, sobejam essas figuras com um pé no socialismo convenientemente utópico e outro na conveniência de ocasião. Ser de esquerda, a despeito do choque de realidade da era pós-Gorbachev, ainda tem lá o seu charme. E adotar o discurso da igualdade entre os homens ainda angaria a simpatia de muita gente. No mínimo somos vistos como politicamente corretos.
Mais avant la lettre do que Cazuza, porém, foi o filósofo francês François VI, duque de La Rochefoucauld (1613-1680), que em pleno século XVII já afirmava ser tão fácil nos enganarmos a nós mesmos sem percebê-lo, como difícil enganarmos os outros sem que eles percebam. A boutade de La Rochefoucauld se revela adequada a uma época em que proliferam no dia-a-dia fariseus de toda sorte, apólogos do discurso ecochato e outros charlatães do pensamento, useiros e vezeiros do populismo mais vira-lata.
Para ficar em dois exemplos, conheço petistas inflamados que nem sequer são sindicalizados. Logo o PT, que tem como berço o sindicalismo mais seminal. E ecologistas que nos aborrecem com suas lereias delirantes, mas que no Dia Mundial sem Carro, por exemplo, vão trabalhar de carro na maior cara-de-pau, afinal, numa cidade caótica como São Paulo não se vive sem automóvel, essa invenção maldita da segunda revolução industrial.
Como uma horda de neofundamentalistas dissimulados, essa fauna, que emergiu de uma classe média intelectualizada, patrimonialista até as vísceras, grassa nas grandes metrópoles como os paladinos da moral e da razão. Sua má consciência é tão evidente quanto a hipocrisia que ostentam. Os fundamentalistas originais, pelo menos, de recorte religioso, acreditam na sua causa, que é única. Os adeptos da ideologia da pose, com seus celulares de última geração e seus automóveis reluzentes, estão sempre de plantão para exercer a patrulha. Vivem com um olho no peixe e outro no gato.

sábado, 26 de setembro de 2009

O caos e a estrela cintilante - crônica

"É preciso ter um caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante." A frase é de Nietzsche e tanto dialoga com um público mais sofisticado, leitor habitual do filósofo alemão, quanto com o leitor médio, aquele que sabe quem é Nietzsche, mas, em geral, no seu dia a dia, lê de Sidney Sheldon a José Saramago, atribuindo aos dois autores a mesma definição de valor; ou mesmo não lê nada.
Este caráter ambíguo da filosofia, de flertar com o vulgo e com o especialista, é uma de suas facetas mais difundidas desde que a cultura de massa pôs ao alcance de milhões as ideias dos mais díspares pensadores. E, com este fenômeno ainda recente na história das sociedades ocidentais, vejo na esteira o chamado "filósofo pop", aquele que extrapola a circunscrição erudita das páginas impressas e ganha com naturalidade a rutilância das telas da tevê e dos computadores. Ali, não apenas o repertório filosófico e a retórica importam, mas também o chame pessoal, a beleza (este elemento tão valorizado pela filosofia e tão vilipendiado pela cultura de massa, que lhe subverte o conceito), a inflexão de voz; enfim, de uma forma ou de outra, uma certa sedução.
Os exemplos brasileiros que me vêm à memória são até óbvios na atualidade: Márcia Tiburi e Viviane Mosé. E as duas são ótimas, tanto no quesito repertório quanto no quesito sedução, sem deixar de lado o rigor. "Quesito", aliás, é uma palavra bastante apropriada nesses tempos em que o pop, o erudito e o popular, sem deixar vestígios do amálgama, se consubstanciam na entidade que se convencionou chamar de "celebridade".
A filosofia transita com desenvoltura nessa atmosfera ambígua. E penso que este é um aspecto salutar desse caldo de cultura, para escândalo de uns (os puristas) e regozijo de outros (os, vamos dizer assim, "visígodos culturais"). O caos dentro de si é de cada indivíduo. A estrela cintilante, um reflexo dessa singularidade.
O jesuíta e escritor espanhol Baltasar Gracián (1601 - 1658), já no século XVII, pareceu profético ao afirmar, referindo-se ao contato do povo espanhol de seu tempo com o universo letrado, que "a maioria não tem apreço pelo que entende, e o que não compreendem, veneram". Vão nesta frase muitas das filigramas de nosso tempo, como se épocas tão distantes e distintas pudessem guardar semelhanças tão surpreendentemente fiéis entre si. E podem.

sábado, 19 de setembro de 2009

Popcorn na caverna de Platão - crônica

A cena era banal. Aliás, demasiado banal, resvalando para o prosaico. Mas desatou em mim uma enfiada de reflexões sobre a sociedade moderna que não pude evitar. A reflexão filosófica não escolhe hora nem lugar para se manifestar. Tampouco escolhe objeto. Basta o lampejo da percepção de algo que nos pareça fora do lugar, ou em contradição com alguma ordem lógica abstrata, no mundo ou em nós mesmos, para que nossos mecanismos sensoriais se mobilizem, alheios à nossa vontade.
Eu estava no cinema, na semipenumbra que antecede o início de uma sessão. Dir-se-ia uma versão moderna da caverna de Platão, com seu teatro de sombras feito de pessoas procurando o melhor lugar para se sentar.
Eis que entra um casal de namorados e se senta duas fileiras adiante. O ângulo perfeito para uma observação involuntária, uma vez que as poltronas são dispostas em acentuado declive. O rapaz segura um pacote de pipoca do tipo “jumbo” e um copo de refrigerante. Assim que se acomodam, passam a comer a pipoca e a compartilhar o canudinho do copo, provocando no ambiente os estalidos característicos do pacote sendo manuseado.
A sessão está para começar. O teatro de sombras vai se tornando rarefeito de vultos em busca do melhor ângulo diante da tela. A pipoca, percebo agora, não é privilégio do casal que eu perscrutara há pouco. Logo vários estalidos são ouvidos no interior da caverna, entremeados pelo som do milho sendo mastigado. A antessala perfeita para o entretenimento, uma das facetas que o cinema assumiu no século XX.
A julgar pela disposição do público, é de se esperar que o filme seja alguma comédia nonsense, do tipo Se eu Fosse Você, ou algum blockbuster vertiginoso, no melhor estilo Titanic ou Parque dos Dinossauros. Mas também pode ser algo na linha Sexta-feira 13, ou A hora do Espanto.
O filme era Milk – A voz da liberdade, do diretor belga Gus Van Sant, com Sean Pean interpretando Harvey Milk, o ativista dos direitos civis dos homossexuais nos anos 1970, o primeiro gay a ser eleito para um cargo público no conservador estado da Califórnia. A história, baseada em fatos reais, é barra muito pesada. Descreve a crua realidade dos gays daquela região, com seus conflitos existenciais e sua militância. Um drama que, de certo modo, ainda se arrasta pelos dias de hoje.
Nada que recomendasse a festiva cacofonia das pipocas sendo mastigadas ou dos saquinhos sendo amassados, alguns deixados à sorrelfa no assento, enquanto os créditos finais deslizavam na tela. Saí do cinema conjecturando se aquilo era reflexão filosófica ou ranhetice da minha parte. Desconfio que não era ranhetice.

Quatro anos de namoro proibido

Liliane está atendendo os primeiros pacientes odontológicos na USP. Sempre cdf, ontem ela comentou com detalhes sobre os procedimentos. Não tenho dúvida de que será uma profissional de primeira, colocando o paciente em primeiro lugar. E pensar que a conheci quando ela ainda estava no segundo ano do ensino médio. Tem sido uma experiência rica acompanhar a evolução dessa menina, agora uma menina-mulher, não só nos estudos, mas desse limbo chamado adolescência para o turbilhão da vida adulta. Ela ainda preserva a mesma voz de gata manhosa quando me liga de madrugada para pedir que a abrace em pensamento e perguntar se ainda a amo. É claro que ainda a amo. Como não poderia amá-la? No dia 1o. de outubro completamos quatro anos de namoro proibido. Não é pouca coisa.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Apanhado geral

Muita coisa acontecendo. Amanhã me mudo para o bairro da Lapa, bem pertinho da Abril. Depois de dois anos, saio do circuito Higienópolis-SantaCecília-Campos Elíseos-Barra Funda. Agora, meu quartel general será o shopping Bourbon.
Na segunda-feira volto a trabalhar e não volto a trabalhar. É que a Abril me inscreveu num curso da InfoExame sobre twitter, orkut e flickr. Estou incumbido de fazer um projeto para inserir a Ática no twitter. Tudo vai depender, claro, do TI da Abril Educação e do depto. de Marketing (sempre eles), mas o pessoal da TI já deu sinal verde para a elaboração do projeto. Minha entrada no twitter teve o intuito de sondar o terreno. Mas entrei para ficar.
Na terça ponho a mão na massa da reformulação do livro Convite à Filosofia, da filósofa Marilena Chaui. Fui à casa dela ontem e a conversa foi ótima. O livro vai melhorar mil por cento, texto, projeto gráfico e iconografia.
Também na terça retomo as atividades com os podcasts da editora. Quatro deles já estão no site da editora (http://www.atica.com.br/). Os próximos a irem para o site serão o da Paula Marques, que fala sobre gêneros textuais, o da dupla Tércio&Lucia, autores de geografia, e o de José Hamilton Maruxo, que discorre sobre oralidade.
A lamentar, a morte, na quarta-feira, da autora Graça Proença, do já clássico História da Arte, o primeiro livro de arte para o ensino médio publicado no Brasil, um verdadeiro best seler dessa disciplina. A Graça diagnosticou câncer de pulmão no fim de 2007 e lutou contra a doença nos últimos meses. Fui o editor da segunda versão do História da Arte, a que está no mercado, exatamente em 2007. Trabalhar com ela foi um aprendizado de competência, honestidade intelectual e humildade. Vai deixar muitas saudades.
Por fim, minha saúde. Ainda estou com dificuldades para ficar muito tempo sentado, mas o cenário acabou não sendo tão tenebroso quanto parecia. Os tumores foram extirpados na segunda cirurgia. Os quinze dias de licença médica foram mais em razão da complexidade da região operada do que propriamente em virtude de algum efeito colateral. O problema foi detectado precocemente e, segundo os laudos, é de grau baixo. Portanto, espero que a coisa tenha sido eliminada definitivamente. Ainda quero fazer muitas coisas, ver a Joyce formada e bem encaminhada na área de desenho industrial e escrever muitos livros. Acredito que essa disposição é que me mantenha vivo.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Dedicação integral

Meu primeiro livro juvenil, Carpe Diem (Editora Atual), está indo para a nona reimpressão. Ou seja, uma reimpressão a cada ano, uma vez que o livro saiu no ano 2000. O outro livro, Garoto em parafuso (Scipione, 2005), só agora começa a ser bem adotado nas escolas. E o Meu caro H, de recorte entre o juvenil e o adulto, o mais polêmico deles, é bem adotado desde o primeiro ano. Com a publicação este ano (outubro) de Te espero o tempo que for (Brasiliense), que promete fazer algum barulho, e de O cobrador que lia Heidegger (Aymará), que está inscrito no PNBE do governo com grandes chances de ser adotado (nas várias instâncias da educação, municipal, estadual e federal)), minha tendência é a de, após terminada a pós-graduação, me voltar inteiramente para a literatura. Dois ou três livros por ano não são nenhuma tarefa impossível. E, a essa altura, acho que já está na hora de me dedicar em tempo integral àquilo que me dá mais prazer: escrever.

domingo, 13 de setembro de 2009

Caminho sem volta

Uma semana ainda de licença médica. Não é nenhum cenário de horror. Estou aproveitando para, literalmente, mudar algumas coisas. Mudar de endereço, inclusive. Mudar de celular. Mudar o cabelo, o que, a essa altura, é mero capricho, ou ilusão. Mas a gente nunca percebe as mudanças. Ou só percebe muito tempo depois. O diagnóstico de um doença nociva, isto sim, pode nos dar o termômetro de algo mudando em nós de uma hora pra outra. Mas mesmo isto é um processo lento e gradual. O fato é que a certa altura, perdemos o controle sobre as transformações que a vida opera em nós. Só nos damos conta quando alguém comenta que estamos magros, ou que parecemos cansados, ou começa a nos chamar de "senhor" aonde quer que vamos. É preciso ter um jogo de cintura para perceber e aceitar essas coisas. Afinal, ninguém está fora do barco. E a maturidade está aí, para nos consolar de alguma forma. Ou mesmo tirar proveito da situação. Acredito que instintivamente esteja indo para a segunda opção. Consolo? Consolar-se do quê? A vida é um caminho sem volta.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Devagar e sempre...

Dessa vez quero deixar o blog um pouco consistente, ter certeza de que ele vai caminhar pelas próprias pernas, para só então divulgá-lo. Não é de todo ruim escrever para ninguém. Há um certo descompromisso em agradar a este ou àquele, em dar indiretas a quem mereça, sobretudo não há a sensação interessante de não ter um interlocutor idealizado na cabeça. Por isso estou indo devagar. Devagar e sempre; apesar de batida, esta parece uma receita segura.

Assino embaixo

“A prioridade é se proteger contra tudo. Com isso, o contato com a realidade é minimizado, uma conseqüência sofrida. Já a literatura aponta para outra direção: ao escrever, o autor se expõe. É possível fazer o que bem entende, até olhar a si mesmo sob o ponto de vista do inimigo. A ponto de, quando percebem que encerrei mais um livro, algumas pessoas perguntam se terminei a escrita fortalecido. Respondo que não é essa a minha intenção: prefiro terminar mais exposto. Não me preocupo em me proteger – de uma forma estranha, a escrita exerce uma função de sobrevivência para mim. Quanto mais me desnudo, literariamente, mais acredito ter chance de me salvar, de encontrar alguma solução para os meus problemas.”
(David Grossman (1954), escritor israelense, em entrevista no Caderno 2.)

Merecimento

Não é nenhum sentimento de vingança. Mas a Argentina bem merece ficar fora de uma copa do mundo pelo que fizeram seus políticos em 1978. Nada nada roubaram do Brasil a possibilidade do tetra, ou da Holanda a chance de ter seu único mundial.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

milésima tentativa, agora com twitter

Vamos ver se a parafernália eletrônica me leva ao entusiasmo da escrita diária. Por enquanto, tudo é muito bonito e asséptico. O corpo é que não tem acompanhado. A mente anda a mil.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Não vamos enlouquecer...

"E tem o seguinte, meus senhores: não vamos enlouquecer, nem nos matar, nem desistir. Pelo contrario: vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda"
(Caio Fernando Abreu)

Ando precisado de reler o livro de cartas do Caio Fernando. MInha Bíblia das emoções. Meu vade-mecum das ilusões perdidas e do colocar-se em pé assim que atingido pela virulência das pessoas de alma entristecida. Aquelas que Cazuza chamava de caretas e covardes.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

a plenos pulmões

Meio que saí de uma atmosfera malsã. Um nevoeiro. Energia negativa. Cheiro de enxofre.
Como é bom descobrir que existe vida além daquilo que a gente, por descuido, acaba achando que é o ponto-final-de-todas-as-coisas. Como diz o Gil em sua canção, "a paz invadiu o meu coração". E quando isso acontece, tudo se relativiza. O valor das coisas se altera. A leveza passa a nos acompanhar e uma plenitude invade a alma, trazendo uma brisa branda, cânfora desobstruindo os pulmões. Vida, novas idéias, o acalanto de uma nova narrativa. Escritor tem é que escrever. É o que o salva em última instância. É o que o faz viver.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

recado

Aos amigos que me pedem para escrever, peço paciência. Estou adiando a escrita, para que quando comece, comece pra valer. No momento, estou me virando com os trâmites editoriais do meu livro, a ser lançado em junho, em São Paulo. Capa, projeto gráfico, últimos retoques, orelha, lançamento, etc. A adrenalina está a mil, espero que dê tudo certo.
Beijos e abraços.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

teste... teste... teste... teste...